FARMÁCIA VIVA


Na última quarta-feira, Belo Horizonte deu um importante passo para garantir o acesso a tratamentos de saúde mais acessíveis, eficazes e sustentáveis. Foi sancionada a Lei 11.806/2025, que institui o Programa Farmácia Viva na capital mineira. Essa iniciativa busca incluir plantas medicinais e fitoterápicos na assistência farmacêutica das Unidades Básicas de Saúde (UBS), ampliando as opções de tratamento para a população e enfrentando os desafios do desabastecimento recorrente no SUS.

O projeto, de autoria coletiva da Gabinetona  juntamente de Bruno Pedralva (PT), e Pedro Patrus (PT) foi aprovado pela Câmara Municipal e agora é lei. Nosso objetivo é democratizar o acesso às plantas medicinais como alternativa terapêutica de baixo custo, um recurso valioso que muitas vezes é subestimado nas práticas convencionais de saúde.A realidade dos desabastecimentos nas farmácias do SUS é conhecida de quem depende dessas medicações. Medicamentos essenciais de uso crônico muitas vezes demoram meses para serem reabastecidos, deixando usuários e usuárias sem alternativas. Os fitoterápicos não só ampliam o leque de tratamentos, como também oferecem uma solução economicamente viável e sustentável.

O Programa Farmácia Viva vai além da distribuição de medicamentos, promove o cultivo local de plantas medicinais, fortalecendo a agricultura urbana e incentivando parcerias com comunidades tradicionais de matriz africana, povos indígenas e outros grupos que possuem saberes ancestrais sobre o uso de ervas. Dessa forma, a lei também valoriza a rica diversidade cultural e ecológica de Belo Horizonte.

Além disso, a população poderá contar com informações claras e seguras sobre o uso dessas plantas: suas indicações, contra indicações e interações medicamentosas. Essa é uma forma de garantir autonomia e cuidado integral para os usuários do SUS, integrando o conhecimento popular com o rigor técnico. A lei também prevê a capacitação de profissionais da saúde para que possam incorporar os fitoterápicos em suas práticas. Essa é uma dimensão essencial do Programa Farmácia Viva, pois permite que médicos e médicas orientem seus pacientes com base em evidências científicas e respeito às tradições locais.

Com o Programa Farmácia Viva, Belo Horizonte avança na construção de um SUS que não apenas responde às emergências, mas também inova e valoriza soluções sustentáveis. Nossa luta é por uma saúde pública que respeite os saberes populares, promova a autonomia de seus usuários e garanta acesso universal aos cuidados. Essa lei é uma vitória de todas e todos que acreditam em uma cidade mais justa, solidária e atenta às necessidades do seu povo. Seguimos atentas para que esse direito seja efetivado na prática. Contem conosco!